quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mitos na escolha de uma profissão.

Suor, tensão. Pressão! O que escolher? Isso, aquilo, aquilo outro. Nossa! São tantas as opções!
No Brasil cada vez mais cedo o jovem, terminando o ensino médio precisa  no meio de uma gama de escolhas profissionais, fazer a sua. O problema é que muitos escolhem sem vivenciá-las ou conhecer mais a fundo sua escolha.

Que as Escolhas fazem parte da vida, isso é inquestionável. Mas especialmente nesta fase, vão se criando expectativas no jovem, para o jovem, pelo jovem e através do jovem. Entram em jogo projeções familiares, de amigos , da mídia, de status, da pessoa com si mesmo... O que privilegiar? O status da profissão, a rentabilidade, o gosto pessoal, a aptidão...? Entre tantas variáveis e cobranças, o ato de escolher algo (qualquer coisa!) acaba ganhando mais importância do que a própria escolha. Não entendeu? Explicarei melhor adiante.

Em anos trabalhando com Orientação profissional e ouvindo outros amigos até com muito mais tempo ainda, percebemos que os dramas vividos, são sempre os mesmos! Obviamente os nomes dos personagens mudam,  mas as questões relacionadas aos fatos são coletivos. E tem uma explicação sócio-histórica na própria forma de se conceber trabalho, emprego, profissão. Isso pode ser assunto para um outro artigo, neste vou me prender aos mais mitos comuns que levam a ilusão (ou a desilusão!) que muitas vezes criam tensões, aumentam a desmotivação ou a sensação que "tem alguma coisa errada comigo, porque ainda não me decidi?" .

MITO 1: VOCAÇÃO - CADA UM TEM UM DOM!


Não entrarei nos méritos religiosos da questão. Vou direto ao ponto: Não existe Vocação! Não existe isso que definem como um chamado NATURAL ( nada no homem é natural, talvez só a sua biologia que não difere muito de outros mamíferos...).  O trabalho como concebemos é uma invenção humana, então como podemos supor que exista um "Chamado Natural" para alguma delas? Nós nos encaixamos em um determinado TRABALHO de acordo com os atravessamentos que vivemos em um determinado momento de nossa vida. Aliás, "escolher" é um privilégio para poucos no Brasil. A maioria "escolhe" aquilo que pode para se sustentar e se manter.
Se ainda não está convencido(a) dos meus argumentos, pense então comigo:  Supomos que nossa profissão fosse algo que nascesse conosco: como sobreviveria um hoje bem sucedido "Analista de Sistemas" no século XIX?
A profissão que se escolhe está intimamente ligada a identidade que queremos para nós ou que projetamos para nós. Há sempre um "quem" ou um "que nem aquele" nas nossas escolhas iniciais de profissional.

E há sempre um "quando" um momento que a máquina produtiva da sociedade tem a demanda por um determinado EMPREGO (que é diferente de TRABALHO. Papo para outro Artigo!). Quem não lembra de como era fácil conseguir emprego dizendo que sabia apenas "mexer em computadores" ou antes dizendo que sabia datilografar (para galera mais antiga). Hoje, a exigência é muito maior e a tendência é sempre em nome de um tal de "Mercado de trabalho", uma entidade quase divina que determina o que não quer e o que quer para tal máquina produtiva. (ironia é claro, outra criação humana!)


MITO 2: UMA VEZ FEITA A ESCOLHA, ELA É DEFINITIVA!


Todos nós queremos fazer escolhas "certas" e de primeira! Ignoramos o fato que mesmo se analisarmos o que queremos, os prós e os contras  etc. Escolher é sempre uma APOSTA.
E numa Aposta, podemos perder, mas isso não quer dizer que que perder é definitivo. Se pensarmos bem pode ser uma oportunidade de aprendizado e de experiência.  Aliás nada na vida se acerta na Primeira. Até para andar foi necessário engatinhar.
Mas ainda temos uma falsa crença que o erro é algo que é definitivo e deve ser evitado. A vida permite que erramos, mas talvez mais importante do que ficar paralisado diante da possibilidade do Erro, é se motivar percebendo as possibilidades de  Acerto. E, bem, se o erro acontecer? A gente tenta novamente, sempre não foi assim?

CONTINUA...

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